SÃO PAULO E BRASÍLIA – A Azul, a única companhia aérea brasileira que utiliza aviões da Embraer, está ameaçando cancelar um pedido de US$ 1,87 bilhão caso os legisladores aprovem o mais recente plano para subsidiar voos para cidades pequenas. O plano de aviação regional proposto é “um subsídio ruim”, disse o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, afiando as críticas da companhia ao programa que ela antes apoiava. A medida revisada, que será votada neste mês, já não é um impulso tão significativo para a Azul ou para a Embraer, cujos modelos têm menos lugares do que os aviões da Boeing e da Airbus.
— Para atender cidades de rotas regionais é necessário ter aviões pequenos — disse Neves em entrevista por telefone. — Esse subsídio provoca uma distorção: utilizar aviões não regionais em mercados regionais.
A briga sobre o programa regional gira em torno de como os subsídios deveriam ser distribuídos dentro da proposta de R$ 500 milhões (US$ 195 milhões). O plano inicial propunha subsidiar a metade dos assentos em um voo determinado, até um limite de 60, o que ajudava companhias como a Azul, que possuem modelos compactos da Embraer. Agora, o limite de 60 lugares foi retirado, o que significa que as empresas com modelos maiores também poderiam receber o subsídio.
— Se isso acontecer, a Azul vai liberar seu animal spirit e comprará aviões 737-800 ou A320 — disse Neves no dia 7 de novembro, referindo-se aos novos modelos da Boeing e da Airbus. — Aí poderemos competir de igual para igual.
A Azul, empresa de capital fechado comandada pelo fundador da JetBlue Airways Corp., David Neeleman, aprofundou os vínculos com a Embraer, com sede em São José dos Campos, São Paulo, através de um acordo assinado em julho para a compra de 30 unidades do modelo atualizado E2, da categoria de cem assentos. As companhias aéreas geralmente recebem descontos em relação aos preços de tabela.
Por: Teixeira Agora/O Globo
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