A atuação das empresas de celulose no extremo sul da Bahia dominou os debates da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembléia Legislativa. O presidente do colegiado, deputado Temóteo Brito (PMDB), criticou bastante o plantio de eucalipto na região, o que, segundo ele, acaba prejudicando outras lavouras. “O extremo sul é dono do maior rebanho bovino da Bahia, das maiores plantações de café do mundo, destaca-se nos plantios de melancia, abóbora, maracujá. Mas tudo isso está ameaçado pelo domínio do eucalipto na região”, observou.
De acordo com o deputado, o transporte de eucalipto vem danificando as rodovias da região, sobretudo no trecho da BR-101 que liga Teixeira de Freitas aos municípios de Alcobaça, Prado, Nova Viçosa, dentre outros. “São caminhões de até 100 toneladas transitando pela região”, afirmou o deputado, acrescentando: “Essas empresas levam a matéria-prima de nossa região e deixam problemas na área social, de meio ambiente e saúde.”
Já o deputado Marcelino Galo (PT) citou a ação do promotor João Alves, do Ministério Público da Bahia, que denunciou uma dessas empresas por lavagem de dinheiro e corrupção. Segundo a denúncia, a empresa usa fazendeiros fomentados para assinar documentos falsos de limite de áreas e prática de lavagem de dinheiro usando contas bancárias desses fomentados. Para Marcelino, o Estado deveria delimitar esse tipo de atividade no extremo sul.
Os integrantes da Comissão de Agricultura também marcaram ontem a realização de uma audiência pública na cidade de Irecê, semi-árido baiano, no dia 30 de abril. A audiência acontecerá durante a realização da 13a Exposição Agropecuária da Região de Irecê, que acontece entre os dias 28 de abril e 1o de maio, no Parque de Exposições do município. Estima-se que mais de 150 mil pessoas participem dos quatro dias de evento.
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