Enquanto, Waldenor Pereira e Afonso Florence estão cotados para assumir a Secretaria de Educação, partidos aliados querem fatias maiores do governo, na reforma do secretariado.
O objetivo de conciliação, diante do quadro de divergências e de insatisfação por causa da perda de representantes baianos no alto escalão da gestão da presidente Dilma Rousseff, entrou em cena ontem em uma reunião conduzida pelo governador Jaques Wagner com a bancada baiana do PT na Câmara dos Deputados.
Em um almoço ontem, em Salvador, o chefe executivo tentou acalmar os ânimos dos deputados e pediu que eles concentrassem esforços na busca de mais recursos para o Estado. No entanto, nos bastidores, especula-se que o chefe executivo tenha demonstrado o seu incomodo em relação à situação e induzido os parlamentares a também pressionarem a Esplanada na conquista de mais espaço.
Além disso, teria sido discutida a conjuntura política para viabilizar a manutenção dos petistas Sérgio Carneiro e Emiliano José na Câmara Federal. A queixa em relação aos espaços foi a principal pauta, segundo o deputado federal e pré-candidato do PT à Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino (PT). Ele descartou a possibilidade de o Estado conquistar representantes no primeiro escalão.
“No meu entendimento é que da forma que está não existe mais possibilidade a curto prazo para termos espaços, pois o Ministério está formatado. No segundo escalão ainda é possível e há expectativa também de se resolver a questão dos cargos federais”, afirmou.
Conforme Pelegrino, a bancada se mostrou insatisfeita com a condução da Secretaria de Relações Institucionais na divisão dos cargos. Uma das reclamações se refere ao fato de o PMDB ter sido atendido nos pleitos, conquistando mais postos do que os demais aliados.
O desapontamento da bancada surge também do fato de a Bahia ter perdido três importantes posições no Planalto, com a saída de Sérgio Gabrielli, da presidência da Petrobras; de Mário Negromonte, do Ministério das Cidades; e de Afonso Florence, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O próprio governador explicitou o incômodo em entrevista ao Portal Terra no último fim de semana. “O PMDB do Sarney tem dois ministros do Nordeste. O PSB de Eduardo Campos tem dois ministros do Nordeste. O PT tem dois governadores no Nordeste (Bahia e Sergipe) e não tem nada”, disse Wagner. Segundo o governador, o PT nacional deve explicações, já que a Bahia deu 2,7 milhões de votos à presidente Dilma.
As articulações para a continuidade de Sérgio Carneiro e Emiliano José na Câmara Federal foram debatidas entre o governador e os parlamentares. Foram colocadas algumas alternativas, que deverão ser examinadas pelo secretário de Relações Institucionais (Serin), Cézar Lisboa. O titular da Serin deve fazer consultas na tentativa de apresentar soluções ao chefe executivo.
Nos bastidores, avalia-se que o governador tenha mais de 20 opções para costurar o processo, a exemplo de toda a bancada do PT, PRB, PDT e PCdoB, no sentido de abrir espaço para Sérgio e Emiliano. Estão sendo sondados os nomes dos deputados Waldenor Pereira (PT) e Afonso Florence para assumir a Secretaria da Educação ou do Desenvolvimento Social.
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