Empresa é alvo de investigação na Operação Alquimia.
Advogado diz que prisão é desproporcional.
Na tarde desta terça-feira a assessoria de imprensa do grupo Sasil, um dos alvos da Operação Alquimia divulgou uma carta escrita pelo presidente da empresa Paulo Sérgio Cavalcanti, que relata esclarecimentos sobre investigação que levou à sua prisão nesta segunda-feira (22).
Em nota, ele diz: “jamais tive ligação societária ou pessoal com empresas sonegadoras”.Confira abaixo, a íntegra a carta.
“Senhoras e senhores,
Tendo em vista a avalanche de acusações absurdas referentes a minha pessoa, minha empresa e meu patrimônio, venho por meio desta informar que nunca estive foragido nem procurei me furtar a esclarecer quaisquer dúvidas. Estava em viagem de férias com minha família, e deixamos o país sem qualquer restrição quando de nosso embarque, há 10 dias – antes portanto da emissão das medidas cautelares que vinham sendo preparadas em sigilo. Voltamos na data prevista, de livre e espontânea vontade, e estamos prontos para apoiar a investigação que injustamente nos atingiu.
Jamais tive ligação societária ou pessoal com empresas sonegadoras, off shore ou não. A Sasil e a Varient são empresas 100% auditadas e que prezam pela transparência nas suas contas. Não chegamos até aqui com nada além de uma visão empreendedora, somada ao trabalho de todos aqueles que estiveram ao meu lado durante todo este tempo. Tivemos, sim, relações comerciais de compras e vendas diversas, na década de 90, com algumas das empresas citadas no caso. Fato que não traz nenhuma imputação legal a minha empresa, por tratar-se de uma distribuidora comercial.
Meu patrimônio pessoal é fruto de muito suor, dedicação e não me envergonho dele. Ao contrário, tenho orgulho de ser um empresário de sucesso em um país com tantos entraves para o desenvolvimento do empreendedorismo”.
Muito obrigado a todos”.
Paulo Sergio Cavalcanti
Presidente da Sasil Comercial e Industrial de Petroquímicos Ltda e da Varient Distribuidora de Resinas Ltda
A prisão
O advogado Gamil Foppel que representa Paulo Sérgio Cavalcanti, disse em entrevista ao G1, que prisão de empresário foi desnecessária. “Ele [o empresário] informou a Justiça o dia e o horário que ele iria se apresentar. Se é uma investigação de fraude tributária, ele não precisa ser preso. Estou questionando a prisão, porque acho ilegal, e já fiz um pedido de habeas corpus, que ainda não foi deferido. Essa prisão é desproporcional”.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap), o empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, um dos proprietários da ilha de 20 mil m², está no Centro de Observação Penal (Cope) da capital, uma das seis unidades do Complexo Penitenciário da Mata Escura.
No Cope, estavam oito dos 14 homens detidos durante a operação deflagrada pela Polícia Federal de Minas Gerais na quarta-feira (17) – um deles recebeu alvará de soltura na sexta-feira (19) e outros quatro foram beneficiados na segunda-feira (22), segundo a Seap.
A Seap informa que as cinco mulheres que estavam no Conjunto Penal Feminino também foram libertadas na segunda (22). Já o suspeito que foi levado ao Presídio Salvador permanece preso nesta terça-feira. A Polícia Federal de Minas Gerais ainda não revelou a identidade e o grau da participação dos suspeitos no esquema de sonegação fiscal.
A Operação
De acordo com a PF, a operação teve como alvo um esquema de fraudes e sonegação fiscal que teve mais de R$ 500 milhões movimentados por empresas “laranjas” entre os anos de 2005 e 2009. Ao todo, o prejuízo ao Fisco de impostos federais soma mais de R$ 1 bilhão, segundo a Receita.
A operação, que contou com a participação da Receita Federal e do Ministério Público Federal, ocorreu em 17 estados e no Distrito Federal –129 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
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