Segundo Lúcio, a prefeitura volta a tomar a cara daqueles três anos em que o PT tinha uma influência muito grande
A relação de desgaste entre o prefeito João Henrique e o PMDB não é novidade. O próprio ex-ministro Geddel Vieira Lima declarou “em alto e bom som” sua insatisfação pela falta de apoio por parte do prefeito em sua campanha para o governo do estado. Diante disso, inúmeros foram os rumores de que o gestor de Salvador estaria de malas prontas para mudar de partido (PSC ou PDT) e, consequemente, ensaiando novo “namoro” com o PT, do governador Jaques Wagner.
Contudo, ainda assim o PMDB sempre optou por minimizar as polêmicas. Ontem, no entanto, o presidente estadual da legenda, Lúcio Vieira Lima, acabou porsurpreender ao deixar escapar, ainda que nas entrelinhas, que, apesar de o prefeito ser filiado ao PMDB, sua relação política está afinada mesmo é com o PT.
Em entrevista a uma rádio local, o peemedebista garantiu que João Henrique nunca falou em sair do partido e seria uma surpresa caso ele apresentasse a carta de desfiliação. No entanto, destacou que o partido não está satisfeito com a forma de gerir do, até então, correligionário. “O partido não esta contrariado com as mudanças de quadro na gestão, mas com a forma de gerir do prefeito.
Em 2007, quando o PMDB acolheu João Henrique, a prefeitura adotou o modelo PMDB de governar, de tirar obras do papel, do trabalho, em parceria com o ex-ministro Geddel e com o presidente Lula. E podemos citar as obras do Bonocô, Imbuí e Avenida Centenário. Sem falar que, no último ano, recuperamos as finanças, e foi o que garantiu a reeleição”, disparou.
Hoje, de acordo com Lúcio, as muitas mudanças, que envolve a saída de indicados pelo partido, se deve a, nada menos, que à nítida reaproximação com o PT, o que teria mudado a cara da gestão.
“A prefeitura volta a tomar a cara daqueles três anos em que o PT tinha uma influência muito grande na administração municipal. Vemos que essa parceria não foi benéfica para a população e a insatisfação não é somente do PMDB como também dos soteropolitanos”, atacou.
Dirigente reafirma oposição
Ainda, segundo o deputado federal eleito, o fato de Michel Temer (PMDB) ser o vice de Dilma (Rousseff) não influi na posição da legenda no estado. “O partido se manterá na oposição. O povo da Bahia colocou o PMDB baiano nesta posição e assim será, o que não impede que conversemos com o governador quando for de interesse da Bahia”.
Aumentar o número de prefeituras em 2012 também está nos planos da sigla e emplacar a prefeitura de Salvador é uma das principais metas. Ele colocou na lista dos possíveis candidatos nomes como o de Alan Sanches, Fábio Mota, Marcelo Guimarães Filho e não descartou a possibilidade de Geddel também entrar na disputa.
“Geddel é um homem de partido e o PMDB terá um nome para a prefeitura de Salvador. O nome de Geddel, pela grande votação que teve, cerca de 200 mil votos em Salvador, deixa militantes desejosos da candidatura dele”.
Por fim, Lúcio destacou que não vai assediar políticos de outros partidos, mas que o PMDB está de portas abertas aos interessados e incluiu os democratas “insatisfeitos”.
“Logicamente que se alguém do DEM ou de outras siglas quiser migrar estaremos de portas abertas. Desde que sejam quadros qualificados, competentes, sérios. Mas não faremos nenhum assédio, a exemplo de aproveitar o momento ruim do DEM para aumentar nossa bancada”. (FC)
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