Partidos de oposição, no entanto, dizem que dirigente petista tem sim motivos para se preocupar.
O julgamento dos réus do mensalão não preocupa o PT da Bahia, na opinião do presidente estadual da sigla, Jonas Paulo. O dirigente disse à Tribuna que duas situações tranquilizam os candidatos do partido. “Primeiro o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), dizendo que não envolve recursos públicos.
Segundo o parecer do Banco Central mostrando que as transações foram dentro da legalidade. Se o julgamento for técnico e jurídico – e não político -, ficará certo que o mensalão não existiu”, assegurou o petista. Desconsiderando os argumentos de que o esquema de desvio de recursos para compra de votos foi operado por nomes fortes do PT, Jonas Paulo é categórico ao afirmar que “não tem nada a temer”. “O debate que deve acontecer é sobre o financiamento privado de campanha. O PT defende o financiamento público e isso é que vamos debater”, sugeriu o dirigente.
“Quantos mensalões estão acontecendo com os candidatos e empresários? Quantos acontecem num jantar ou num café da manhã, quando eles discutem o financiamento privado da campanha”, questionou, dividindo a responsabilidade com outros partidos. “A questão é um problema para todos os partidos. O mensalão é uma ficção. Não existiu”, minimizou.
A calmaria prevista por Jonas Paulo, entretanto, não possui eco entre outras siglas que participam da sucessão municipal em Salvador, onde a polarização entre candidatos de oposição e governo deve trazer o assunto à tona. “Claro que o julgamento do mensalão vai ter consequências na eleição. Já houve no período em que o escândalo foi divulgado, mas o presidente Lula com habilidade conseguiu contornar.
Nomes expoentes do PT, como José Dirceu, estavam envolvidos. Uma situação como essa tem reflexos. Assim como o caso de Demóstenes Torres (ex-senador) também deve ter consequências. A diferença é que o julgamento do mensalão acontece nas vésperas da eleição”, ponderou o presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima.
De acordo com ele, numa campanha todos os fatos podem ser utilizados para impactar nas urnas. “O mensalão é um fato, não é ataque. Se for necessário usar, vamos usar. O mensalão é história. Daqui a 10 anos vamos ler nos livros sobre ele”, pontuou o peemedebista. O presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, pensa um pouco diferente. Para ele, as eleições municipais serão voltadas para as realidades dos municípios.
“A eleição de Salvador é sobre Salvador. A população quer discutir quem vai trazer segurança, quem vai garantir saúde. Nós vamos trabalhar discutindo Salvador. O mensalão é um problema da Justiça. Não vai ser tema da nossa campanha”, garantiu Aleluia.
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