A polícia civil desvendou o bárbaro assassinato de Juliana Camila Lopes de Morais, 26 anos, estudante de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras, que foi morta no último dia 24 de fevereiro, mas teve seu corpo encontrado somente dois dias após, num lote abandonado do loteamento Alphaville, município de Barreiras, Oeste da Bahia.
Após buscas feitas no celular e no computador pessoal da estudante, a polícia chegou até o Rômulo Fonseca Gonçalves, 23 anos, que usava o codinome Thiago para seduzir suas vítimas em salas de bate papo nas redes sociais. Ele conquistava suas presas dizendo ser rico e após suas orgias sexuais, acabava agredindo suas conquistas verbal e fisicamente. Nos equipamentos pessoais de Juliana ficaram armazenadas as conversas que ela teve com o assassino.
Os dois se trataram como ‘Thiago’ e ‘Morena’, e até se encontrarem se consideravam estranhos. Mas, após o encontro, os dois descobriram que já se conheciam desde a cidade de Santa Maria da Vitória/BA.
Pelo menos duas mulheres foram convencidas através das redes sociais e caíram na lábia do suposto psicopata. Uma delas conseguiu escapar com vida, mas Juliana não teve a mesma sorte. O corpo da vítima ficou dois dias no Instituto Médico Legal do Complexo Policial de Barreiras a espera de identificação. Após esse período, familiares residentes em Santa Maria da Vitória, identificaram o corpo, que já estava em estado de gigantismo.
A segunda vítima do psicopata foi a garota de programa Lorena Maria Campos de Brito, 30 anos. Natural de Goiânia/GO, ela estava residindo em Luís Eduardo Magalhães, quando foi atraída por Rômulo para um ‘programa’ em Barreiras.
Em depoimento à polícia, a garota de programa disse que depois de tudo combinado, já no dia 16 de abril, os dois se encontraram com planos de ir até um motel da cidade, mas a caminho do motel ela desconfiou da postura de Rômulo e do local para onde estava indo. Enquanto discutia ela conseguiu descer do carro, onde foi perseguida e ferida a tiros deflagrados pelo homicida, só escapando da morte após gritar por socorro.
Na manhã seguinte, populares encontraram uma bolsa caída em uma rua do bairro Cidade Nova, às margens da BA 447 e acionaram a Polícia Militar. A bolsa feminina foi recolhida pelos militares e entregue a polícia civil para investigações, uma vez que estava manchada de sangue.
Lorena foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital do Oeste, onde se recupera dos ferimentos causados pelos tiros. Mesmo hospitalizada, a jovem foi fundamental nas investigações, reconhecendo que Rômulo foi o homem que havia tentado matá-la.
A delegada Marineide Pires e agentes da delegacia de homicídio já tinham traçado o perfil do assassino de Juliana Camila, que batem com o perfil de Rômulo, também confirmado por Lorena.
Após ser detido, Rômulo acabou confessando o homicídio e a tentativa de homicídio. No caso de Juliana, Rômulo informou que após o encontro no motel, localizado no mesmo bairro onde a jovem foi assassinada, eles discutiram, momento em ele decidiu executar a estudante de enfermagem.
Rômulo alegou para a polícia que sofre de ”bipolaridade mental” e que após transar com as garotas era possuído por uma sede agressiva contra suas vítimas. Ele alega que buscou tratamento psiquiátrico e vinha sendo assistido por um psiquiatra da cidade de Barreiras.
De acordo com a delegada Marineide Pires, Rômulo também foi denunciado por uma adolescente de 16 anos por estupro. Ele está sendo investigado por outra equipe da polícia civil sobre esta acusação. O criminoso também foi denunciado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), por outras vítimas. Também pesam contra ele denúncias de três garotas de programa de uma casa de prostituição em Barreiras. As vítimas dizem que ele recusou-se a pagar pelos programas e ainda as agrediu.
Rômulo está detido por força de prisão temporária pedida pela delegada Marineide Pires e atendida pela Justiça da comarca criminal de Barreiras. Segundo Marineide Pires, a prisão será de 30 dias, pelo crime de homicídio contra Juliana, sendo prorrogável por mais 30, a depender de novidades no caso.
Sobre a tentativa de homicídio contra Lorena, a delegada explica que o caso está em andamento à espera de uma resposta da justiça. Para a delegada, os casos tiveram conotações sexuais e no momento não interessa se Rômulo sofre ou não de alguma síndrome de intolerância contra mulheres.
Teixeira Agora/Fala Barreiras
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